6 Passos Para Você Dominar Sua Voz

Fernando Zimmermann | 08/02/2016

Quando eu comecei a estudar canto e técnica vocal, confesso que fiquei confuso com relação ao caminho que eu deveria seguir para conseguir dominar a minha voz e fazer tudo que eu sempre quis com ela.

Tive excelentes professores, mas alguns deles, apesar de terem me ajudado, não seguiam um método sólido e com um “roadmap” (roteiro, mapa da estrada) bem definido. Isso me deixou perdido algumas vezes.

Para onde eu vou? Por onde eu devo começar? Qual(is) o(s) próximo(s) passo(s)?

Essas eram perguntas bem recorrentes na minha cabeça cuja busca pelas respostas delas me fizeram definir o que hoje é um dos fundamentos do Full Voice Singing (o método de ensino utilizado aqui no Full Voice Studios).

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Tenho certeza que você vai se identificar em alguma destas etapas, quando não até em mais de uma. Isso mesmo! O fato de haver, sim, um passo-a-passo a se seguir ao estudar técnica vocal, esse passo-a-passo não é uma linha reta na qual você só anda pra frente.

Ao contrário, são vários caminhos paralelos que você vai tomando, mudando de um para outro e traçando a sua própria trajetória.

Vamos lá, e não esqueça de comentar abaixo deste artigo onde você se situa, ok?

Etapa #0 – Desenvolvendo Afinação e Ritmo

Chamamos essa etapa de #0 (ZERO) pois antes de desenvolver uma técnica vocal sólida e definitiva você precisa se certificar que você consegue cantar com afinação e ritmo satisfatoriamente.

É claro que muitos problemas técnicos impedem alguns cantores de ter melhor afinação, mas neste caso estamos falando de musicalidade, mesmo. O senso de altura, de pulsação, subidas, descidas, pausas.

É fato que a maior parte dos estudantes de canto já apresentam afinação e ritmo satisfatórios, mas é bom ponderar a respeito.

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E você? Como está nesse quesito?

Etapa #1 – Descobrindo Registros Vocais e Transitando Entre Eles

Descobrir Registros Vocais

Ok! Talvez você tenha caído de pára-quedas aqui e não sabe o que são registros vocais. Então vou explicar rapidamente.

Registros Vocais são regiões da sua voz que funcionam (e normalmente também soam) de maneira semelhante. Aquilo que normalmente você ouve falar por aí como Voz de Peito, Voz de Cabeça, Falsete, são, na verdade, maneiras de dar nomes a registros vocais.

Esses nomes citados acima, na verdade, não fazem muito sentido do ponto de vista científico. Mas não vamos aprofundar nestes conceitos agora. A ideia neste artigo é entendermos a nossa trajetória.

Então, descobrir registros é descobrir essas regiões e funcionamentos da sua voz. Você, nesta etapa, experimentará sensações algumas vezes até novas.

Além disso, é essencial permitir que sua voz transite livremente entre essas regiões, sem exigências estéticas ou medos de falhas.

Etapa #2 – Conectando Registros Vocais

Conectando Registros Vocais

Depois de descobrir os registros, é hora de conectá-los. Conectar registros significa trabalhar as transições entre eles para que não hajam quebras ou falhas na voz nessas regiões de passagem (passagem no caso de um registro para o outro, de um comportamento para o outro).

Nessa etapa é muito importante priorizar coordenação ao invés de volume. Na verdade você perceberá que o volume será uma consequência da boa emissão e da boa coordenação vocal.

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Etapa #3 – Estabilizando Laringe

Estabilizando Laringe

A laringe é a “casa” das pregas vocais. Nela o som fundamental (primeiros pulsos sonoros) é originado para depois ser amplificado e moldado no trato vocal.

A função biológica da laringe é proteger nosso sistema respiratório de resíduos líquidos ou sólidos. Para isso, ela conta com o movimento de subida e fechamento.

Além disso, ela pode descer e abrir-se, possibilitando um fluxo inspiratório maior em menos tempo. Isso acontece, por exemplo, em um bocejo.

Enquanto cantamos, nossa premissa é deixar a laringe o mais estável possível, o maior tempo possível.

É claro que alguns estilos pedem uma laringe UM POUCO mais elevada (e UM POUCO bem destacado mesmo) e outros estilos pedem uma laringe UM POUCO mais para baixo.

No entanto, é a laringe estável que proporciona conforto, som homogêneo e a certeza eu estamos usando nosso aparato vocal no máximo potencial. Portanto, essa etapa é fundamental no processo de aprendizado.

Mesmo que você cante um desses estilos onde a laringe é um pouco mais alta ou um pouco mais baixa, é essencial você desenvolver essa coordenação em prol do desenvolvimento do seu equilíbrio vocal.

Desenvolvendo seu equilíbrio vocal você terá sempre um “porto-seguro” quando houver algum tipo de problema com sua emissão.

IMPORTANTE! Nessa etapa ainda privilegia-se coordenação ao invés de volume.

Etapa #4 – Desenvolvendo Equilíbrio e Tônus Vocal

Desenvolvendo Equilíbrio Vocal

Finalmente começamos, agora, a falar sobre desenvolver volume, pegada na voz.

MAS CALMA LÁ! Isso é desenvolvido, lembrando, como uma consequência da boa emissão e aos poucos. Não se pode perder toda a coordenação desenvolvida em prol de volume obtido da maneira errada.

No canto, assim como em muitos esportes e atividades de precisão, coordenação é muito mais importante que qualquer outra coisa.

Portanto, não se pode largar toda a coordenação obtida. É com a coordenação nova que nós obteremos tônus vocal.

Etapa #5 – Emissão Full Voice

Emissão Full Voice

Quando o cantor ou a cantora chega nessa etapa, com certeza já está dando show em muitos lugares e já se transformou numa referência vocal para muitos.

A emissão Full Voice é o nome que damos para a etapa do aprendizado na qual cantores e cantoras mantêm o ritmo de treinos e aprimoram, ainda mais, tudo que foi conquistado. Mas, neste momento, toda coordenação e tônus necessários para longas apresentações já estão desenvolvidos.

Há quem possa pensar que o cantor chega aqui e já pode parar de estudar, então, né? CLARO QUE NÃO!

Assim como atletas de altíssimo nível, cantores de altíssimo nível mantêm-se treinando com o acompanhamento de um Voice Coach ou de um programa de treinamento que faça suas habilidades se aprimorarem cada vez mais.

Etapa #6 – Desenvolvendo / Aprimorando Estilo Vocal

Vibrato, Drives, Melismas, Yodel

E eis que chegamos à etapa de desenvolver vibratos, drives, melismas, apoggiaturas, yodels, soprosidades e muitos outros elementos que agregam estilo ao canto.

É bem verdade que essa etapa pode ser usada como uma etapa “coringa”, podendo ser “recrutada” a qualquer momento no treinamento a fim de que o(a) estudante de técnica vocal tenha subsídios para aprimorar suas apresentações, ainda que não tenha a técnica totalmente desenvolvida.

Vale salientar, no entanto, que algumas habilidades técnicas são pré-requisitos para você incluir elementos de estilo. Pregas vocais demasiadamente rígidas, por exemplo, dificilmente desenvolverão bom vibrato.

E você? Onde está? Onde quer chegar?

Identificou-se com alguma dessas etapas? Em qual delas, ou até mesmo quais delas, você está atualmente. Comente abaixo. Deixe sua dúvida também. Será ótimo poder entender as suas necessidades e ajudar você nessa trajetória vocal.

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#solteavoz

 

Fernando Zimmermann


Fernando Zimmermann


  1. Olá Fernando!

    Minha dificuldade está na passagem. Eu sempre me perco, e quando penso que não, já estou com a voz na garganta. Ai preciso parar tudo e começar novamente… Localizando o registro etc…… Sou 2° Tenor com extensão para o “E” dos barítonos… Uma extensão bem grande…

    O que me sugere? Será que pode ser o apoio ruim?

    1. Eduardo… dificilmente é apoio ruim? Essa percepção do apoio, por sinal, é genérica demais e não é o que vai te ajudar. É muito provável que você esteja utilizando musculatura em excesso. Tente começar treinando melhor sua coordenação vocal com volumes mais moderados. Depois vá para treino de pegada. 😉

  2. Canto desde pequeno mais sempre me espelhei em nomes consagrados como guilherme de sá da banda rosa de saron, mauro henrique do oficina g3 e tenho me arriscado a cantar musicas do Leonardo goncalves(Sublime por exemplo) sinto muita dificuldade em nao usar da forca muscular(Apertar) quando nao consigo alcancar naturalmente. Minha voz nao ainda nao soa forte na regiao de cabeca onde vem os agudos. queria poder explicar melhor e te apresentar alguma musica gravada que canto, antes de adquirir alguma coisa. seria possivel professor Fernando ?

  3. Oi

    Estou na etapa 2, e tenho dificuldades sempre no momento de passagem somente quando estou em apresentações pra valer, quando estou estudando esta tudo certo, mas quando vou para as músicas a voz quebra ou o volume praticamente some quando o registro muda nos agudos em falsete…

  4. Olá, Fernando,
    Como vai?
    Nesse momento, após uma gestação e 9 mese (idade da minha bebê), preciso recuperar o tonus da musculatura. Na verdade, sinto o corpo como um todo bastante fraco, cansado. É hora de me exercitar. Estou correndo atras disso.
    A minha voz tende a ser lisa, nao tenho muita maleabilidade com a laringe, isso se justifica, de certa forma, pelo tipo de textura q busco para cantar mpb e musica de camara. Mas gostaria de tecnicamente ter vibratos e melismas embaixo da manga.
    É isso.
    Desde já, obrigada

  5. Olá Fernando! eu amei seu artigo, muito bom.Eu esbarrei na 3 etapa, como sei se minha laringe está estabilizada? Quais exercicios para alcançar esse resultado? tem em algum vídeo seu? me identifiquei muito com o que escreveu, quero muito ser professora de técnica vocal e tenho todas essas dúvidas que comentou.

  6. Olá eu tenho registros de peito,cabeça, falsete(soprosidade,no caso) e whistle apito ate F7; mas não consigo conectá-los, sempre há falhas na região de passagem me ajude Pfv Obs sou contratenor minha voz é idêntica à do Felipe Catto e Ney Matogrosso só muda o timbre…. Tipo mezzo – soprano msm..

  7. oLÁ, eu canto muito baixo, não consigo cantar alto, parece que minha voz não sai, é pra dentro, o que fazer?

  8. Olá Fernando. Eu acredito estar entre a etapa 4 e 5. Obviamente gostaria muito de chegar na etapa 6. Muito interessante o artigo.

  9. Olá Fernando, gostaria de saber se entre esses registros de peito, cabeça e falsete, há algum que deve ser mais utilizado e se algum desses é “errado”. Já ouvi falar que falsete é falta de técnica e voz de cabeça é “errada” e forçada.. Também tenho problemas na transição entre elas, principalmente para o falsete, minha voz falha por 1 segundo e depois volta. E meu falsete é “feio”. Tem como deixar mais bonito ?

    1. Olá, Júnior! Na verdade todos seus registros e sub-registros devem ser usados em sinergia. Somente desde jeito você vai conseguir eliminar as quebras na sua voz. E sim! Tem como deixar seu falsete mais bonito. 😉

  10. Oi Fernando!

    acho que estou bem na maioria das etapas mas estou tendo dificuldades para encorpar os graves sem escurecer minha voz, sempre que faço vocalize nessa região o timbre da minha voz escurece muito e isso me incomoda. como faço para ganhar notas graves sem isso acontecer ? rsr

  11. Fernando , boa tarde ! Eu faço parte de um grupo de louvor de minha igreja juntamente com minha esposa que é professora de técnica vocal , e gostaria de poder tirar algumas dúvidas ao modo de respirar para usar bem o diafragma e além disto saber se tomar café faz mal para quem deseja melhorar no louvor,obrigado

  12. ola gostei muito do post estou na etapa 4 mas quero conhecer melhor os registros daminha voz e a riqueza ritimica oque me impede de cantar com uma emissão mais bonita e segura como faço pra solucionar esse dilema?tenho aplicativo de vcs no android e aguardo resposta

  13. Me identifiquei com a sua história fiz aula de canto lírico 4 anos e não me sentia bom cantor lírico mesmo porque comecei cantando popular, isso me trouxe muita frustação porque me sentia incapaz, nao entendia as tecnicas? Hj por eu cantar muitos me pedem pra dar aula quero aprender as técnicas pois parece que serão eficazes será?????

  14. Olá, prof. Fernando, que explanações maravilhosas. Acredito que estou na etapa #3. Tenho dificuldade em cantar graves, tenho a sensação de que a minha laringe baixa demais e não consigo encontrar uma boa ressonância.

  15. Olá pessoal eu creio que já estou na última etapa, aprimorrando meu estilo, mas na etapa 2 ainda tenho dificuldades de aplicar o exercício às músicas que canto, me dá a impressão que não ativei o músculo que preciso nas regiões médias para agudas e acabo quebrando. Sou professora de canto a 4 anos, mas em minha escola técnica que era popular não deu muito exercício de passagem e de belting, por isso ainda tenho dúvidas a esse respeito. Já fiz até um curso online com música Black mas não funcionou para mim essa coisa online, apesar de dizerem que os professores estavam a disposição eu mandava os áudios consciente que esses não estavam bons devido aos programas usados para gravar, mas que eu havia executado o exercício corretamente , a resposta deles era a mesma, continue treinando. Então prefiro um professor presente para me corrigir e entender melhor do que eu o que estou fazendo. Em minha cidade chapecó não tem professor acima do meu nível, e aqui o que predomina é o sertanejo, que não é o que curto.
    Assim complica minha continuidade nos estudos de canto.

  16. Gostaria muito de ter mais extensão vocal…eu fiz so um mês de aula de canto e sou mezosoprano…preciso melhorar muitaaaaa coisa, como por exemplo respiração, 2 voz, arranjos, etc.

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